Em apoio ao Mês da Mulher, comemorado em março, a Comissão da Mulher Advogada de Ilhabela, em parceria com a Prefeitura de Ilhabela, promoveu, na última quinta-feira (27), o evento "Construindo Amanhãs: Reflexões e Caminhos Possíveis" no auditório do Paço Municipal. O encontro teve como objetivo debater a violência em suas diversas formas, abordando tanto alternativas extrapenais quanto questões penais envolvidas.

A discussão concentrou-se especialmente na violência de gênero, com a participação de duas facilitadoras convidadas: Dra. Alessandra Pinho, defensora pública, e Mara Pereira Nasser, cientista social. Dra. Alessandra compartilhou sua experiência prática no enfrentamento da violência, além de apresentar um projeto social inovador que está sendo desenvolvido nas escolas públicas de São Sebastião. Já Mara Nasser abordou sua participação no grupo reflexivo de homens do município, um projeto que visa repensar a construção da masculinidade e desconstruir padrões misóginos que alimentam a violência contra as mulheres.

Durante o evento, Deborah Smith, presidente da Comissão da Mulher Advogada de Ilhabela, destacou a importância de refletir sobre a luta das mulheres pela conquista de seus direitos, enfatizando que, apesar das várias conquistas sociais, a violência contra a mulher continua sendo um problema alarmante. "O mês de março é um mês de reflexão sobre a luta das mulheres. Infelizmente, apesar de tantas conquistas, o número de mulheres vítimas de violência permanece elevado. Por isso, é fundamental discutir essa temática de forma ampla e profunda", afirmou.

O encontro contou com a participação do projeto Espaço das Pretas, que promove o empoderamento de mulheres negras e periféricas, e com exposição de seus produtos no local. Rosângela Sebastião de Souza, idealizadora e coordenadora do projeto, explicou que a iniciativa busca capacitar mulheres em situação de vulnerabilidade, oferecendo oficinas, mentorias e orientações para inserção no mercado de trabalho. "Nosso projeto visa desenvolver habilidades empreendedoras e criar um mercado para as mulheres, permitindo que elas se distanciem de relações abusivas e conquistem sua independência financeira", afirmou Rosângela.

O encontro foi uma oportunidade de troca de experiências e reforçou a importância de pensar a violência de gênero de maneira ampla e integrada, buscando não apenas punições, mas também alternativas que promovam o empoderamento das mulheres e a transformação social.